terça-feira, 13 de janeiro de 2009

despretensioso

Quem sabe
despejo a pecha
de desleixado
e deixo de lado
a Vida.
Desperto
do outro lado
disperso e desesperado,
desiludido e desavisado,
distante
de todo disparate.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Há um copo com gelo em cima da mesa. Por que será que eu não lembro de ter bebido? Pensando mais calmamente, eu não me lembro nem de ter acordado. Sequer lembro de ter me lembrado de alguma coisa. Não lembro de nada que tenha acontecido comigo nos últimos dez minutos. Ou nos últimos dez anos. Ao menos não sou uma barata, talvez seria melhor que fosse. Há restos de feto em meu colchão? Não lembro de nada que me lembre este lugar. É estupidamente estranho. Sinto como se tivesse renascido, agora nesse instante. O problema não é ter que caminhar, é não saber para onde ir. Não há ninguém para eu seguir. Apenas o maldito copo vazio com gelo. Porém, hora a mais ou hora a menos o gelo irá derreter, sem nenhum medo. Eu ficarei aqui, em pé, parado, esperando uma direção.